quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Seis razões para comprar em vez de alugar um imóvel

Essa não é, definitivamente, uma decisão simples. E não há uma só resposta correta porque a decisão depende de inúmeras variáveis que podem ser importantes e sensatas para José, porém muito distintas das variáveis que Maria tem em mente.

DECIDIR COM O CORAÇÃO
As mulheres tendem a adotar um comportamento mais emocional do que racional. “Quem casa quer casa”, diz o ditado. E Maria concorda. Para ela, a vontade de morar em casa própria se sobrepõe a outras variáveis -a financeira, por exemplo.
Para ela, morar em uma casa que ela pode chamar de “minha” lhe dá sensação tão grande de segurança e conforto que não há argumento que a faça mudar de ideia. José não discorda de Maria, mas tenta compartilhar com ela outras reflexões, como a variável financeira, buscando uma decisão mais equilibrada entre a razão e a emoção.

ALUGUEL, NEM PENSAR
Aqui, o aspecto é cultural. Em diversos países, as pessoas moram em imóveis alugados, e fazem isso com naturalidade. Para Maria, morar de aluguel gera muito desconforto e deve ser uma fase passageira, muito breve, necessária somente até que a família consiga comprar a casa própria. José tenta convencer Maria que, financeiramente falando, alugar um imóvel não é mau negócio.

FALTA DE DISCIPLINA
“Se não comprar, gasto.” Muita gente só consegue ter as coisas comprando a crédito. Assume a dívida e paga porque é uma obrigação.
José gosta mais da ideia de investir o dinheiro, usar parte do rendimento para pagar o aluguel e acumular quantia suficiente para comprar o imóvel à vista, daqui a alguns anos, ou então continuar morando de aluguel enquanto valer a pena.
Maria acha que eles vão gastar o dinheiro se ele estiver “dando sopa”, aplicado no banco. Falta de disciplina pode custar caro.

SEM PAIXÃO
José tende a concordar com Maria que eles podem, sim, comprar um imóvel, mas devem observar os limites do orçamento. O imóvel deve ser do tamanho que cabe no nosso bolso -e não do tamanho do nosso sonho.
Esse virá no futuro, merecidamente e com muito controle das despesas. Aquela casa maravilhosa, com quatro quartos, jardim e varanda, vai ter de esperar. Hoje o orçamento do casal comporta um apartamento pequeno, com dois quartos, em um bairro que não é a primeira opção deles. Evite se apaixonar pelo imóvel. Você vai acabar pagando mais do que ele vale.

INVESTIMENTO
Um dos argumentos que Maria utiliza para convencer José a comprar a casa própria para a família é a expectativa de valorização do imóvel. José contrapõe que, mesmo que ela esteja certa, é uma variável que não gera ganho para eles.
Para ganhar com a valorização do imóvel é preciso vendê-lo. E vender a casa própria não está em discussão. Quando se trata do imóvel residencial da família, é complicado pensar nele como investimento.

USE O FGTS
José concorda com Maria que comprar ou construir a casa própria é uma forma de ter acesso ao saldo acumulado no FGTS.
Eles observam que a rentabilidade oferecida pelo FGTS é menos da metade do que a caderneta de poupança paga, e que deixar esse dinheiro lá, esperando a aposentadoria chegar, não é bom para as finanças do casal.
Eles planejam utilizar todo o saldo disponível atualmente para quitar parcialmente o saldo devedor do financiamento e continuar usando esse recurso para reduzir e para quitar parcelas, observadas as regras de utili- zação do FGTS.


Fonte: Folha de São Paulo, Marcia Dessen
Publicado em: 15/12/2010 12:10

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